quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sobre tudo e sobre nada I

Bem... Primeiramente atribuo a mim mesmo a categoria de "Escritor de Prontuários". Ok! Traduzindo melhor, sou aquele que quando escreve, é porque algo não vai bem. É... Isso se é que sou algum escritor de todo. Segundo que tenho uma preguiça enorme de escrever, assim como para todas as demais coisas na vida que dão muito trabalho (Ah, Garfield! Como queria ser você!), isso indica que quando venho aqui é porque algo me motivou fortemente. Ou para compartilhar algo do que muito primo e acho bacana, ou para "chorar as mágoas" e afogá-las nas lágrimas (metafóricas, claro, porque não choro de verdade. Macho, não? XD). Alguns diriam para eu beber para afogá-las, mas não sou um cara que bebe pra isso, gosto de beber por estar feliz, a bebida potencializa o que você está sentido no momento; logo, é mais viável escrever, compartilho com Mario Quintana a opinião de que beber por desgosto é uma cretinice.

Escrever, então, torna-se para mim um recurso alternativo, quando há uma necessidade de expressão e  não acho alguma forma melhor de catarse.


Mas não sei se funciona no meu caso, acho que vou continuar angustiado e confuso, mas vamos lá.

Ham... Deixe-me ver... Ok! Então "começaremos" falando dos últimos dias. É tanta coisa para lembrar! Eu tenho tido dias realmente vibrantes! De descobertas incríveis no meu curso, de integração (esta não tem nada a ver com a da Noiva do Mar! XD), de diversidade na rotina, de compromissos, muitos compromissos. É um misto grande de diferentes experiências. Acho que nunca estive tão sociável antes, sentindo-me tão enturmado com as pessoas. Tenho muitos conhecidos, pessoas realmente interessantes, e me apego fácil à maioria, na verdade sempre tendi a gostar das pessoas e tentar me aproximar delas, mas em compensação, desapego-me com tal qual rapidez, se não sinto significativa reciprocidade. Essa troca justa acontece menos do que se gostaria. Acho que aqui encontramos um dos meus problemas, eu sempre penso que estou gostando mais das pessoas do que elas de mim. Não sei se é falta de auto-estima ou o quê, mas acho que é um pouco mais complicado que isso. Existem muitas variáveis.

Outro problema (até que esse é divertido): A vida está uma correria frenética! Claro, comparando com meus padrões de água morna e vento manso. Eu gosto mesmo é de apreciar a paisagem, andar a favor do vento, ver morrerem os sóis e nascerem as luas. Mas me sinto pego (não de surpresa) em um ciclone extratropical, um ciclone que eu mesmo chamei com inocentes assovios, como chamando um pequeno cão que vem pulando pro meu colo. É nessa confusão que a vida tem se tornado que me vejo o mais pueril e perdido filho do mundo. Confuso sim, mas corajoso! Corajoso porque escolhi todos os principais rumos que segui, mas ao mesmo tempo inocente, porque à medida que aprendo mais com a vida, vejo que não sabia o quanto estava enganado a respeito do quão contingentes eram os caminhos que estavam por vir.
Outro aspecto de minha vida sobre o qual reflito bastante, também, é a falta que sinto de ser mais categórico ao criar conceitos sobre as pessoas, lugares, disciplinas, filmes, livros, enfim, toda sorte de coisas. Tenho a impressão, a todo instante, de que se evitar relativizar algo, estarei cometendo uma injustiça vergonhosa. Agora mesmo no redigir deste texto, procurei por incoerências e averigüei se não havia sido muito radical em certos pontos, e até existem, mas preferi ignorá-los agora e seguir mais o fluxo de meus pensamentos. Talvez meu superego esteja se fortalecendo tanto, que já começo a apresentar um sintoma indesejável, o autocontrole exacerbado, uma cobrança indevida de mim mesmo (existe um PROCON do eu?).

Aff... São tantas responsabilidades... A faculdade, por exemplo, está uma loucura, adoro Psicologia, de verdade! Mas quando estou disposto! Ultimamente muitas coisas estão um saco. Não gosto de ter datas marcadas na agenda para cumprir tarefas, não estou acostumado. Odeio a metodologia de ensino que conhecemos. Ótimo seria um ensino onde a pessoa fosse a principal construtora do seu conhecimento.  Bem... Até é, mas o que eu quero dizer é que: do jeito que o ensino é da a impressão de que nosso cérebro é uma bagagem aberta onde temos que fazer caber tudo que é parafernália, mesmo a menos desejáveis. Mas eu sei. Infelizmente, por uma questão organizacional, temos que ter um sistema metódico de ensino, e temos que conhecer tudo, até o que menos nos parece fazer sentido, ou o que nos causa mais aversão. Chato, né?

Outra coisa! Trabalho! ODEIO o trabalho (pronto, falei!). Para mim qualquer trabalho é forçado, pelo simples fato de você ser forçado a ter um! É um mundo capitalista onde você é obrigado a "ser alguém na vida", ou viverá as margens do mundo, não terá direito a nada! Ou um vagabundo é um cidadão? Só se for daqueles sustentados por alguém, mas nesse caso é diferente, pois existirá um sujeito (que é alguém na vida!) que trabalha por ele e o sustenta. Não vejo sentido nenhum em a pessoa ser obrigada a usar oito horas (ou seja lá quantas!) da sua vida diariamente para cumprir uma função social e ajudar a manter um sistema POR DEMAIS INSUSTENTÁVEL, cruel, injusto e que destruirá o planeta. Esse mesmo SEU planeta que esse sistema te desapossou e te cobra (caro!) para você tê-lo de volta em pequenas medidas (você não paga até pelo espaço onde vive?). Não lhe parece um contra-senso o trabalho, agora? É o seu tempo de vida que você paga para... VIVER! Isso mesmo! O ser humano criou uma entidade cruel, dona do que se chama "propriedade privada". Não faz sentido.

(respira)

Ok! Ainda assim é possível ignorar tudo isso e ser feliz. Não é? All we need is love! Claro, é possível... Mas falta amor. E isso é o que me deixa mais triste. É o que falta nos seres humanos, entre eles mesmos e seu mundo. E é o que falta na minha vida para eu ser feliz, o resto eu suporto.

P.S: É, até que escrever funciona um pouco...